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Brasil lança programa para eliminar e controlar 14 doenças socialmente determinadas

Foto: Ministério da Saúde

O Brasil é o primeiro país do mundo a lançar uma política governamental com foco em eliminar ou reduzir, como problemas de saúde pública, 14 doenças e infecções que acometem, de forma mais intensa, as populações em situação de maior vulnerabilidade social. Essa é a proposta do Brasil Saudável, lançado nesta quarta-feira, 7 de fevereiro, após assinatura de decreto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicado no Diário Oficial nesta quarta. O evento em Brasília contou com a presença da ministra Nísia Trindade (Saúde), do diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom, além de titulares de outras pastas correlatas ao tema, representantes da área de saúde de Indonésia, Nigéria, Quênia, Filipinas, Bolívia e Venezuela,  parlamentares e representantes de entidades sociais. Com a iniciativa, o país estabelece um marco internacional, alinhado à OMS, às metas globais da Organização das Nações Unidas (ONU) por meio dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 e à iniciativa da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) para eliminação de doenças nas Américas. Durante sua apresentação, a ministra Nísia Trindade enfatizou que as questões de saúde não podem ser resolvidas só com políticas de saúde, mas com um olhar mais amplo, e por isso a necessidade de conexão com outros investimentos e áreas de governo. Não à toa, as linhas de atuação do Brasil Saudável envolvem enfrentamento da fome e da pobreza, ampliação de direitos humanos e proteção social em populações e territórios prioritários, intensificação de qualificação e capacidade de comunicação dos trabalhadores, o incentivo à ciência e tecnologia e a ampliação de infraestrutura e saneamento básico.  “Todas essas ações estão previstas no Plano de Aceleração do Crescimento, o que dá coerência a esse conjunto de iniciativas. São ações ambiciosas mas possíveis de alcançar”, afirmou Nísia Trindade. “É uma declaração audaciosa de intenções. O meu tipo favorito de plano. Ambicioso e exequível. Trata das causas, das raízes dos problemas, dos determinantes sociais, das desigualdades. O que está em jogo é a coisa mais importante, a vida humana”, completou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom. Secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel reforçou a importância do olhar holístico e social ao abordar dados apresentados pela OMS que indicam que quase metade das pessoas com tuberculose (48%) compromete 20% da renda familiar durante o período de diagnóstico e tratamento da doença. Isso faz com que muitos não se tratem da forma mais adequada ou que prejudiquem a qualidade da segurança alimentar no período do tratamento. “O Brasil é o primeiro país do mundo a trabalhar de forma integrada, não olhando só o setor de saúde, mas os outros setores que impactam no cuidado, no diagóstico, no acesso e no acompanhamento do tratamento. Isso envolve incentivos para transporte, alimentação, programas de moradia, tudo isso é importante para eliminar doenças até 2030”, disse.

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