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“Para estar no ‘berço do conhecimento’ não é preciso nascer em berço de ouro”, diz Lula

Foto: Ricardo Stuckert/PR

“Desde sua adesão ao sistema de cotas, a USP está mostrando que para fazer parte do chamado ‘berço do conhecimento’ não é preciso nascer em berço de ouro”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nesta quinta-feira, 25 de janeiro, na solenidade que dá início às comemorações pelos 90 anos da Universidade de São Paulo (USP). Ele lembrou que mais da metade dos aprovados no último vestibular da instituição paulista são oriundos de escolas públicas. O presidente destacou que a USP está cada vez mais com a cara do Brasil. “Uma cara que é preta, uma cara branca, uma cara parda, uma cara indígena. Não é mais a USP pensada para que São Paulo oferecesse ao Brasil a inteligência para governar esse país, mas é a cara do povo brasileiro da periferia, que, durante muitas décadas, nem sonhava em chegar na USP.” Ao frisar a qualidade do ensino na instituição, o presidente agradeceu à Universidade de São Paulo. “Eu posso dizer pra vocês que, embora eu não tenha tido a oportunidade de estudar na USP, eu fui muito ajudado a construir tudo que nós temos nesse país com muitas mulheres e muitos homens da USP. Por isso, obrigado”, afirmou. Durante seu discurso, Lula argumentou que o conhecimento é uma das mais poderosas ferramentas à disposição dos seres humanos, e que tem sido o motor da evolução da humanidade. “Mas o conhecimento nas mãos de poucos, em benefício de poucos, provoca mais e mais desigualdade. E não se constrói um grande país com tanta desigualdade. Foi por isso que investimos cada vez mais na educação, da creche à pós-graduação”, pontuou. Ele lembrou ainda que quando entrou na Presidência da República, em 2002 encontrou o país com 3,5 milhões de estudantes universitários e que, após seus dois primeiros mandatos, esse número cresceu para 8 milhões. “Demos aos filhos dos trabalhadores a oportunidade de se tornarem doutores. Porque é assim que se constrói um país mais desenvolvido e mais justo.”

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