
Marqueteiro da última campanha presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e autor do livro “Lula em 2022. O Marketing nas Eleições Mais Importantes da História do País”, Sidônio Palmeira comentou como foi o processo de trabalho no pleito em entrevista à Rádio Metropole, na terça-feira (3). O publicitário baiano destacou as dificuldades de trabalhar com a verdade em um cenário onde o ódio e as mentiras nas redes sociais atraem mais engajamento. “Trabalhar com a verdade é muito difícil. O ódio engaja. Outra coisa que engaja é mentira e fake news, porque são criativas e um ponto fora da curva. A gente vai em uma campanha política ficar destilando ódio? Não. Por isso você tem que ser muito mais criativo”, afirmou ele, ao pontuar a necessidade de inovação para enfrentar a desinformação e as campanhas de ódio online. Palmeira vê pontos positivos nas redes sociais, mas para ela essas plataformas desempenharam um papel crucial na ressurgência da extrema-direita no cenário contemporâneo. De acordo com o publicitário, foram as redes que fizeram essa corrente ressurgir após sua queda na Segunda Guerra Mundial e exterminío do nazifascismo. Justamente por derrotar a ascensão da extrema-direita no país, o marqueteiro classifica a eleição de 2022 como a mais importante da história do Brasil. “Eles voltam nos últimos 15 anos, se destacaram na Hungria, Polônia, Índia, Itália, Estados Unidos e aqui no Brasil, com Bolsonaro, e agora recentemente na Argentina com Milei. Cresceram em Portugal, na França. Então é uma realidade e na eleição de 2022 nós enfrentamos isso, numa eleição muito difícil”, disse Sidônio, pontuando ainda o fator reeleição, que era a tentativa de Jair Bolsonaro, adversário de Lula naquele pleito. Sidônio lembrou ainda que nenhum candidato à presidência havia perdido a reeleição até aquele momento.