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Estudantes denunciam faculdade por retenção de diplomas em Boquira

Foto: Reprodução

Estudantes da Faculdade Integrada Do Brasil (Faibra), localizada no Piauí, acusam a instituição de não entregar os diplomas de parte da turma que se formou em Administração no ano de 2018. O curso era ofertado pelo Instituto de Educação Continuada, Cultura, Pesquisa e Extensão Ltda Me, no município de Boquira, na Bacia do Paramirim, em convênio com a Faibra. As informações são do Bahia Noticias. A turma ingressou na faculdade no ano de 2014 no curso em modalidade semipresencial, com aulas a cada 15 dias. Já em 2018, quando o curso chegou ao fim, “após a realização de todos os atos necessários para conclusão do curso, como o pagamento das mensalidades no valor de R$ 200, frequência, nas aulas, realização de trabalho, provas, adquirindo assim a pontuação necessária para aprovação”, a faculdade cobrou uma taxa de R$ 300 para entregar o diploma. Todavia, a turma não recebeu. “Eu não tive problemas com a faculdade antes disso. Algumas pessoas conhecidas se formaram. Então achei que fosse uma instituição tranquila”, afirma Alexsandra, uma das vítimas.“Após cerca de dois anos de tentativa de resolução administrativa, em 2020 muitos ingressaram na justiça contra a Faibra, entretanto esta instituição nunca foi localizada. Há diversos processos com a mesma motivação, ajuizados contra a mesma Faibra, que foram extintos por não localização da instituição de ensino”, informa o documento enviado ao Bahia Notícias pela advogada de uma das vítimas, Gabriela Menezes. Após não encontrarem a Faibra, as vítimas pediram a integração da instituição local no processo, “uma vez que participou ativamente da oferta dos cursos, recebendo os valores das mensalidades inclusive”. O Instituto de Educação Continuada, Cultura, Pesquisa e Extensão Ltda Me foi citado na pessoa dos seus sócios: a atual vice-prefeita da cidade Jucinalva Viana e seu esposo, Osvaldo Ramos, servidor do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). “É preciso destacar que durante muito tempo a Sra. Alexsandra tentou uma resolução administrativa junto à sócia da faculdade, sem lograr êxito”, informou a advogada. Em conversa com o Bahia Notícias, a vice-prefeita do município, Jucinalva Viana, contou que a Faibra descredenciou a instituição em Boquira em 2018 e, após o fim deste vínculo, cobrou aos alunos pelo registro do diploma. “Os alunos pagaram, uma parte recebeu e a outra não. Tornaram a nos cobrar o valor por mais duas vezes, eu mesma paguei e não sei o que fizeram com o dinheiro. Não registraram o diploma dos alunos. Isso me deixou em uma situação difícil, me endividei para resolver. E até o momento sem retorno”, contou a gestora. Jucinalva contou que o dinheiro foi depositado na conta da representante da Faibra, Jaciara. “Sempre que entro em contato ela vem com mil e uma desculpas”, acusou. Em um áudio enviado por Jaciara a vice-prefeita, a representante afirma que outras faculdades filiadas à Faibra estão passando pela mesma situação. “As coisas estão indo por água abaixo. Eu quero sentar com você para ver porque eu não vou ficar com esse peso na consciência, não vou ficar com essa culpa. Meus dias estão contados naquela faculdade, são 14 anos dedicados aquela faculdade e eu vou resolver essa situação com você”, afirma no áudio enviado à gestora. “Não, professora, você vai receber sim. Eu vou mover céus e terras junto com você e se for o caso eu tiro do meu, porque eu vou ter que receber, e te passo todinho. Eu vou me prontificar mulher, eu mesma vou devolver centavo por centavo”, prometeu Jaciara. Mesmo com as diversas promessas, o dinheiro não foi devolvido e nem os diplomas foram registrados pela Faibra e nem pela representante. A vice-prefeita se defendeu afirmando que era apenas a coordenadora da faculdade e cumpriu “com tudo que competia a minha função” e foi tão lesada quanto os alunos. “Fui tão vítima quanto os alunos. Acabei assumindo as dores dos alunos, busquei resolver, peguei dinheiro emprestado várias vezes a juros com agiotas, na esperança de resolver. Me endividei e fui lesada”, contou. “Não sei quem fez a denúncia me colocando como um ato da vice-prefeita. Não é um ato da vice-prefeita, não tem nada a ver com política. Talvez usaram isso para macular a minha imagem pública e me prejudicar. Sempre fui uma pessoa correta nas minhas coisas, sempre honrei com os meus compromissos. Como pessoa pública na política, você pode dar buscar, a minha conduta é ilibada”, alegou. E finalizou alegando que “os alunos me encheram de processos em vez de colocar contra a faculdade”. “Eu como já disse, apenas era coordenadora. Não era a dona da faculdade”.

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