
Filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) é alvo de uma nova fase da operação da Polícia Federal que investiga monitoramento ilegal feito pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin), iniciada nesta segunda-feira (29). As informações são do Uol e reportagem Band Jornalismo. Criada em 1995, a Abin tem como objetivo fornecer ao presidente da República e ministros informações estratégicas para o processo de decisão. Entretanto, a Operação Vigilância Aproximada investiga uma “organização criminosa que se instalou na agência”. Segundo fontes da Polícia Federal, Carlos Bolsonaro seria o idealizador da “Abin paralela”, que teria entrado em vigor quando o órgão era chefiado por Alexandre Ramagem (PL-RJ), aliado do ex-presidente Bolsonaro. Diretor-geral do órgão entre julho de 2019 e março de 2022 e atualmente deputado federal, Ramagem foi um dos alvos da fase anterior da operação, que ocorreu na quinta-feira (25). Carlos teria designado missões ao diretor – como, por exemplo, provar uma suposta ligação dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes Alexandre Moraes com o Primeiro Comando da Capita (PCC). Além disso, a PF suspeita que a Abin foi usada durante o governo de Bolsonaro para monitorar ilegalmente várias autoridades e pessoas envolvidas em investigações, além de desafetos do ex-presidente. As investigações apontam que foram usadas ferramentas de geolocalização de celulares sem autorização judicial. Segundo a PF, o monitoramento era feito usando ferramentas da agência para ações ilícitas, “produzindo informações para uso político e midiático. O objetivo seria a” obtenção de proveitos pessoais e até mesmo para interferir em investigações da Polícia Federal”. Uma das ferramentas usadas era o software FirstMile, que permite a consulta de até 10 mil aparelhos de celular a cada 12 meses. Em outubro, a PF afirmou que o sistema havia sido usado mais de 30 mil vezes, incluindo 2,2 mil usos relacionados a políticos, jornalistas, advogados e adversários do governo Bolsonaro. As investigações apontam o monitoramento de autoridades, entre elas: O então presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia; A então deputada federal Joice Hasselmann; O ex-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia; O advogado Roberto Bertholdo. Os investigados podem responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de: Invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas ou de informática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.