
O Ministério da Fazenda aumentou para 3,7% sua projeção de inflação para o fim de 2024. Parte disso foi influenciada pelos impactos da crise no Rio Grande do Sul. O dado foi publicado na quinta-feira (16), no Boletim Macrofiscal, produzido a cada dois meses pela Secretaria de Política Econômica (SPE) da Fazenda. “Embora a inflação de maio e junho deva acelerar em repercussão à calamidade, o efeito nos preços tende a ser majoritariamente temporário, em grande medida compensado após a normalização da oferta desses alimentos. Assim, ainda que de maneira não-linear, a desinflação deverá seguir ocorrendo, sendo mais evidente nas medidas subjacentes, menos afetadas pelo evento climático e pela volatilidade cambial e nos preços de commodities. Para 2024, espera-se que a média dos núcleos de inflação fique em patamar próximo de 3,40%, ante 4,34% em 2023. Para os anos seguintes, espera-se inflação ao redor da meta de 3,00%”, diz o boletim. Em março, a projeção para o ano era de 3,5%. Segundo o governo, além da “a depreciação cambial recente”, a tragédia do estado gaúcho influencia a inflação, em especial por conta dos preços dos alimentos. A preocupação maior é com aqueles produtos que estragam rápido, como carnes, arroz e aves, citados no boletim. A situação do estado traz dificuldade não só na produção, mas também no transporte para o restante do país. “Os preços desses alimentos devem subir de maneira mais pronunciada nos próximos dois meses, mas parcela relevante desse aumento deve ser devolvida nos meses seguintes”, esclarece boletim.