
Criar ferramentas para evitar perdas no campo, provocadas pelo clima adverso, é um dos focos do Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável e do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Brumado. Uma nova ferramenta esta sendo avaliada no município que é a implementação do “Seguro Paramétrico”. O assunto foi tema de uma reunião realizada, nesta quarta-feira (6/11), no auditório do Salão Paroquial, entre os presidentes das entidades, os agricultores, e uma seguradora. Marcos Andrade, representante da Newe Seguros explicou como funciona o seguro paramêtrico e suas vantagens. “O seguro paramétrico é uma ferramenta, é seguro que trabalha índices climáticos. É um seguro acessível, de baixo custo, uma tecnologia e uma ferramenta nova que já é utilizada no agronegócio e, a partir de 2023, a gente traz para o pequeno agricultor. O seguro paramétrico, ele trabalha a dor e a necessidade do agricultor, de acordo com a sua cultura, de acordo com aquilo que lhe garante a renda, pensando na sua produtividade, na segurança alimentar e no seu custo de produção. Ele não precisa de documento de terra. A única coisa que o governo pede é a poligonal da área, eu preciso ter o mapeamento ali com o GPS, com o georreferenciamento e as informações sobre o agricultor, o CPF, RG. Hoje, o seguro paramétrico, ele já tem uma subvenção, uma contribuição do governo federal daquilo que o agricultor pagaria, 45% o governo já paga. Ou seja, se o agricultor tem uma cultura que dá uma renda a ele de R$ 10 mil, que seria o teto da indenização, ou seja, pela minha renda, eu preciso de uma indenização de R$ 10 mil, esse agricultor teria que pagar R$ 1 mil. Desses, R$ 450 são pagos pelo governo federal através da subvenção do seguro rural, e R$ 550, quem paga é o agricultor.

Para conhecer como funciona e contratar o seguro paramêtrico, o agricultor deve procurar o Conselho Rural, o Sindicato ou a sua associação de moradores mais perto. Segundo Marcos Andrade, o seguro paramêtrico cobre diversos danos econômicos causados pelo clima ou assegurar a sua receita na propriedade. “O seguro paramétrico pode cobrir a falta de o excesso de chuva, o excesso de chuva, pode cobrir dias molhados, consecutivos para os irrigantes, que é risco muito grande, dias secos, consecutivos. É importante que a gente entenda que eu não preciso perder a minha produção para ter o seguro acionado. Eu posso combater, por exemplo, no caso da bovinocultura. Eu tenho período de seca muito grande, eu não tenho pasto, mas eu posso alugar outras mangas ou trazer alimento de fora. Eu não vou perder a minha produção, mas eu vou aumentar o meu custo de produção e diminuir a minha receita. É para isso que o seguro também serve, para regular a expectativa de receita para investimentos futuros do agricultor dentro da sua propriedade. Se ele é produtor se você vendem uma melancia, por exemplo, ele está vendendo a melancia hoje a R$ 0,50 centavos, ele está produzindo aí quarenta toneladas, o seguro paramétrico ele vai definir como agricultor o quanto valeria essa produção dele no mercado. Se é 40 toneladas de melancia, a cinquenta centavos daria R$ 20 mil. Esses vinte mil reais é o que ele pode contratar de indenização. Não existe limite. Hoje eu tenho autorização para fazer contrato de até R$ 1 milhão e meio de indenização. Vai depender dos hectares, vai depender da cultura, vai depender do mercado”, disse. Para o Presidente do Polo Regional dos Agricultores e Agricultoras do Sudoeste da Bahia, Valdinei Araújo, o seguro rural é uma prioridade nas políticas públicas, ampliando cada vez mais a oportunidades aos homens e mulheres do campo. “O importante é o papel do nosso representante, dos trabalhadores, dos agricultores familiares, é trazer benefício para o nosso meio, os nossos trabalhadores e agricultores. E através desse seguro, a gente vê uma forma de assegurar cada vez mais a nossa agricultura familiar, assegurar que nosso trabalhador e nosso agricultor permaneçam no campo. Dê uma oportunidade a mais para que eles possam plantar e tenha aquela segurança de que mesmo se houver perdas, eles terão esse ressarcimento de continuar a sua luta pelo alimento saudável,” afirmou Araújo.