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Hospital Geral de Camaçari enfrenta superlotação por falta de estruturas de saúde municipais, diz Sesab

Foto: Leonardo Rattes/Sesab

O Hospital Geral de Camaçari (HGC) é uma unidade de referência para a alta complexidade na Região Metropolitana, o que significa que deve priorizar o atendimento a pacientes graves para salvar vidas. No entanto, de acordo com a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesesb), a unidade enfrenta atualmente uma superlotação, com mais de 46% dos atendimentos sendo casos sem gravidade ou de baixa complexidade que deveriam ser resolvidos em Unidades Básicas de Saúde (UBS) municipais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Conforme a Pasta Estadual, são casos como dores de cabeça, tontura, infecção no ouvido, gripes e até unha encravada. Os residentes de Camaçari representam mais de 94% dos atendimentos pediátricos e 77% dos adultos, uma situação que revela a deficiência das estruturas de saúde municipais e compromete a capacidade de resposta a urgências do HGC. Na avaliação da direção da unidade, a consequência imediata é a sobrecarga da equipe. “O HGC possui equipamentos e equipes altamente treinadas para tratar condições críticas. Quando uma parte significativa dos atendimentos é de pacientes classificados como azuis e verdes, recursos que deveriam ser direcionados para alta complexidade são desviados para casos menos urgentes, reduzindo a eficiência geral do hospital”, avalia Thaís Fraga Nunes, diretora geral da unidade. “Dado que os recursos hospitalares são limitados, priorizar quem corre mais risco garante o uso eficiente de leitos, equipamentos médicos e profissionais de saúde. Contudo, mesmo sendo estabelecido que o acesso hospitalar se dará prioritariamente pela Central Estadual de Regulação e Samu, 64% dos pacientes ainda chegam por demanda espontânea, ou seja, se dirigem diretamente à unidade em virtude da rede municipal de Camaçari ter uma oferta reduzida de serviços de saúde”, disse a Sesab. “A situação é tão crítica no município que um parlamentar propôs que o Hospital Geral de Camaçari ofertasse atendimento odontológico, sendo esta uma competência municipal. Pior, sugeriu que o acesso fosse por demanda espontânea”, afirma o superintendente de Atenção Integral à Saúde do Estado, Karlos Fiqueiredo.

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